Thursday, February 24, 2005

Não me amaste, disso eu sei.



EU NA MINHA SOLIDÃO...

"Mas como fazer se não te enterneces com meus defeitos, enquanto eu amei os teus. Minha candura foi por ti pisada. Não me amaste, disso eu sei. Estive só. Só de ti. Escrevo para ninguém e está-se fazendo um improviso que não existe.
Descolei-me de mim.
(...)
Sinta-se bem. Eu na minha solidão quase vou explodir. Morrer deve ser uma explosão interna. O corpo não aguenta mais ser corpo. E se morrer tiver o gosto da comida quando se está com fome? E se morrer for um prazer, egoísta prazer?"


in ÁGUA VIVA - CLARICE LISPECTOR

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