Sunday, October 29, 2006

NO MEU CORAÇÃO...



Um Mestre é aquele que te conduz à vertigem do encontro
com o desconhecido, e que no momento certo larga a tua mão
e desaparece.

Há quem desespere com isso,
preferindo nunca o ter conhecido.


(texto in: A Pedra e a Espada)
COPIADO DO BLOG ARDE O AZUL

DIRIA ANTES,
O MESTRE É AQUELE QUE TE CONDUZ À VERTIGEM DO ENCONTRO CONTIGO MESMA...
AQUELE QUE TE SALVA DA ILUSÃO DO AMOR DOS OUTROS...

NA FEIRA QUE ATRAVESSAS...

Não procures muitos amigos, nem busques prolongar
a simpatia que alguém te inspirou;
antes de apertares a mão que te estendem,
considera se um dia ela não se erguerá contra ti.


Na feira que atravessas não procures amigos
ou abrigo seguro. Aceita a dor que não tem remédio
e sorri ao infortúnio; não esperes que te sorriam:
Seria tempo perdido.


Que o teu saber não humilhe o teu próximo.
Cuidado, não deixes que a ira te domine.
Se esperas a paz, sorri ao destino que te fere;
não firas ninguém.



Omar Khayyam

Friday, October 27, 2006



Cada um que passa em nossa vida,
Passa sozinho ...
Porque cada pessoa é única pra nós,
E nenhuma substitui a outra...
Cada um que passa em nossa vida,
Passa sozinho,
Mas não vai só...
Cada um que passa em nossa vida,
Leva um pouco de nós mesmos,
E nos deixa um pouco de si mesmo...
Há os que levam muito,
Mas não há os que não levam nada...
Há os que deixam muito,
Mas não há os que não deixam nada...
Esta é a mais bela realidade da vida.
A prova tremenda da importância de cada um,
É que ninguém se aproxima do outro por acaso...


Antoine de Saint-Exupéry

EM ARDE O AZUL...

Cresce-me um sentimento fino sem fim...
uma brisa que se vai formando ,
como os desenhos feitos à superfície dos lagos...
Meu coração é um cofre fechado,invisível...
Minha Alma sofre por saber que há Nada.

É Outono.
Porque sou ele?
Porque me destinaram o átrio da Espera defronte do Nada?

O Amor que tenho por si, já o perdi...dura-me a lembrança
de o ter sido numa verdade invisível em outra escondida...
Cada palavra sua é como uma porta que se fecha sem mim.
Cada frase sua , a mágoa do Outono vestido de chuva...

Talvez isto não lhe diga nada.
Talvez isto seja apenas uma notícia longínqua que reverbera
noutro mundo. Sinto que nasci depois do meu tempo.
Vivo no futuro de Alguém que não sou .
Agora, que é Outono, vou com a dança triste
do vento alegre... nas folhas...
Partilho consigo esta tragédia íntima...e não sei se lá está ...
Peço-lhe que em si mesmo guarde, quando me encontrar, o segredo deste deserto,
rasa de lágrimas nos olhos...que foram secar nas pequeninas pedras...

Escrever-lhe é dormir...é deixar-me embalar infinitamente ao colo de mim.
Talvez seja esta a minha antiga "fralda de fazer sono"
com que me adormecia em pequena.

Hoje é um dia, em que por não saber de mim (ou de si!),
o Sol escondeu-se na Lua.


Um beijo com muita ternura,

Ana

Cartas de Ana Soares
(Copiado de ARDE O AZUL)

Wednesday, October 11, 2006

TRANQUILIDADE NA TARDE

A Liene T. Eiten

Ah, derramar-me líquida sobre o mar
– ser onda indefinidamente –
esperar pela primeira estrela
e dela ser apenas
espelho.


NADA TE PEÇO, NADA.

DO POEMA

O problema não é
meter o mundo no poema; alimentá-lo
de luz, planetas, vegetação. Nem
tão-pouco
enriquecê-lo, ornamentá-lo
com palavras delicadas, abertas
ao amor e à morte, ao sol, ao vício,
aos corpos nus dos amantes —
o problema é torná-lo habitável, indispensável
a quem seja mais pobre, a quem esteja
mais só
do que as palavras
acompanhadas
no poema.



A PAZ

Se eu te pedisse a paz, o que me darias
pequeno insecto da memória de quem sou
ninho e alimento? Se eu te pedisse a paz,
a pedra do silêncio cobrindo-me de pó,
a voz limpa dos frutos, o que me darias
respiração pausada de outro corpo
sob o meu corpo?
Perdoa-me ser tão só, e falar-te ainda
do meu exílio. Perdoa-me se não te peço
a paz. Apenas pergunto: o que me darias
em troca se ta pedisse? O sol? A sabedoria?
Um cavalo de olhos verdes? Um campo de batalha
para nele gravar o teu nome junto ao meu?
Ou apenas uma faca de fogo, intranquila,
no centro do coração?

Nada te peço, nada. Visito, simplesmente,
o teu corpo de cinza. Falo de mim,
entrego-te o meu destino. E a morte vivo
só de perguntar-te: o que me darias
se te pedisse a paz
e soubesses de como a quero construída
com as matérias vivas da liberdade?



Amo-te porque não me amo
inteiramente. O que me falta
é infinito
mas tu és do bem que me falta
o enigma onde se condensam
a terra e o sol o ar as águas
invioladas
e tenho a boca cheia
de música ondulação
do teu silêncio.


Casimiro de Brito

A LEMBRAR O POEMÁRIA DE MARIANA...