Wednesday, November 01, 2006

arde o azul...

o meu país é um pássaro
que nunca mais cantou
um ramo de outono
aprisionado pela chuva

sobressaltou-se

o meu país caiu no lodo
quando cheguei
tinham roubado
uma árvore como a de Buda

disse para mim: ladrões
e de repente vi
ruas sem árvores
escolas sem estrelas
girassóis pisados pelos lobos
crianças vertiginosas e belas
sentadas em cálices de pedra.


às vezes ouço
uma harpa ou um sino
talvez um violino

há um cântico em segredo
nas folhas do vento
um anel feito de trevo


lá chegaremos



maat

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