Tuesday, January 30, 2007

o livro do desassossego





(...)Com que vigor da minha alma sozinha fiz página sobre página reclusa, vivendo sílaba a sílaba a magia falsa, não do que escrevo mas do que supunha que escrevia! Com que encantamento de bruxedo irónico me julguei poeta da minha prosa, no momento alado em que ele nascia, mais rápida do que os movimentos da pena, como um desforço falaz nos insultos da vida! E afinal, hoje, relendo, vejo rebentar meus bonecos, sair-lhes a palha pelos rasgos, despejarem-se sem sentido...


fernando pessoa

1 comment:

Defensor said...

Saudações
Boa escolha, Pessoa!
Belo blog. Ótimas poesias.
Abraços, e desculpe a invasão...