Friday, June 01, 2007

XVIII


Bailarina: ó transposição

em marcha de todo o transitório: como tu a ofertavas!

E o turbilhão no fim, esta árvore de movimento,

não tomava ele posse plena do ano conquistado?


Não floria, para que o teu vibrar de há pouco como enxame o envolvesse,

de repente o seu cume de silêncio?

E sobre ele, não era sol, não era verão,

o calor, este calor inúmero que de ti saia?


Mas também dava fruto, sim, a árvore do êxtase.

Não são seus frutos tranquilos: o jarro,

listrado de maturidade, e o vaso ainda mais maduro?


E nos retratos: não ficou o

desenho que o traço escuro das tuas sobrancelhas

inscreveu na parede do próprio girar?


Raine Maria Rilke as elegias a duino e sonetos a orfeu

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