“A mística das afinidades não se sabe onde começa. As pessoas são acometidas de um desejo desmesurado de se relacionarem com o seu próprio retrato, mas retrato infiel, só que implacável na sedução que exerce”
(“Todos queremos ser o que não somos”)
AS PAIXÕES...
“(...) Mas quem suspende as paixões, se a sua mesma origem se desconhece, posto que se desconhece a composição atómica dos seres e das coisas? Nascem duma lógica terrível que nos parece delirante; nascem de medos subtis, de alianças imperceptíveis, de emoções talvez sepultadas há muito tempo, de afinidades de raça extinta e que despertam na denúncia dum apetite, algo de hibernante e glaciar, fora de toda a experiência. A paixão exclui o estado de relação com o objecto; este é um símbolo. (...)”
In OS MENINOS DE OURO
Agustina Bessa-Luís
Sobre o amor
(...)"Como sempre que se pede a alguém que se justifique, exige-se-lhe e dá-se-lhe ocasião, na realidade, para que mostre o seu ser e sentido último; porque toda a exigência é avidez, amor “que não se cura/senão com a presença e a figura”.”
- Maria Zambrano
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