Wednesday, February 15, 2006
Conversemos através da alma
Poucos me vêem cuidar do meu jardim antigo
Ninguém conhece a preferida rosa
Bebo na aragem o néctar da memória
De como fomos nos tempos de outro tempo
Se sou a rosa, o jardim, se sou memória
Alentai o fogo ainda, abram-se brechas
Quero morrer para mim e assim viver
O que não soube ser nos tempos do agora.
ANÓNIMO
Vem
Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.
Sem exibir os dentes, sorri comigo, como um botão de rosa.
Entendamo-nos pelos pensamentos, sem língua, sem lábios.
Sem abrir a boca, contemo-nos todos os segredos do mundo, como faria o intelecto divino.
Fujamos dos incrédulos que só são capazes de entender se escutam palavras e vêem rostos.
Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
Já que todos somos um, falemos desse outro modo.
Como podes dizer à tua mão : "toca", se todas as mãos são uma?
Vem, conversemos assim.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
Fecho pois a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar-te.
Jalaluddin RUMI (sec.XII)
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