Wednesday, June 20, 2007

a volúpia da terra mãe


Meu amor, como sofro a volúpia da terra,
atravessada pelas raízes!...

És minha árvore linda,
aos céus abrindo asas de esperança,
na gloriosa ascensão da mocidade.

Ninguém compreenderá a delícia secreta
das nossas núpcias profundas.

Quanto mais avultares,
mais subires,
mais mergulharás em mim.

Aguardei-te longos anos,
com a mesma avidez da gleba
pela semente...
Tive-te em minhas entranhas,
transfigurei-te:
és folha, és flor, és fruto, és agasalho, és sombra...
Mas vem do meu querer inviso e obscuro,
quanto prodigalizas ao desejo
dos que te gozam pela rama.
GILKA MACHADO

1 comment:

MAH-TRETAS said...

Muito belo , foi bom ter encontrado este espaço.


obrigado


Henriques