Friday, June 17, 2005
Vão orgulho
Neste mundo vaidoso o amor é nada,
É um orgulho a mais outra vaidade
A coroa de louros desfolhada
Com que se espera a eternidade.
Ser Beatiz, Natércia. Irrealidade!
Mentira...Engano de alma desvairada...
Onde está desses braços a verdade,
Essa fogueira em cinzas apagada?...
Mentira! Não te quis..não me quiseste...
Efluvios subtis de um bem celeste?
Gestos, palavras sem nenhum condão...
Mentira, não fui tua não...Somente
Quis ser mais do que sou, mais do que gente,
No alto do orgulho de o ter sido em vão
In Reliquiea
Florbela Espanca
Nostalgia
Nesse País de lenda, que me encanta,
Ficaram meus brocados, que despi,
E as jóias que plas aias reparti
Como outras rosas de Rainha Santa!
Tanta opala que eu tinha! Tanta, tanta!
Foi por lá que as semeei e que as perdi...
Mostrem-se esse País onde eu nasci!
Mostrem-me o Reino de que eu sou Infanta!
Ó meu País de sonho e de ansiedade,
Nao sei se esta quimera que me assombra,
É feita de mentira ou de verdade!
Quero voltar! Não sei por onde vim...
Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra
Por entre tanta sombra igual a mim!
Florbela Espanca
" EU QUERIA POISAR COMO UMA ROSA
SOBRE O MAR O MEU AMOR NESTE SILÊNCIO
SOPHIA de Mello Breyner
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