Tuesday, September 27, 2005

Depois da cinza morta destes dias

Depois da cinza morta destes dias,

Quando o vazio branco destas noites

Se gastar, quando a névoa deste instante

Sem forma, sem imagem, sem caminhos,

Se dissolver, cumprindo o seu tormento,

A terra emergirá pura do mar

De lágrimas sem fim onde me invento.




Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo.
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.


Sophia de Mello Breyner Andresen -

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