As sacerdotisas de Astarteia amam-se ao erguer da lua;
depois se levantam e vão banhar-se, num pequeno lago de prata bordejado.
Com seus dedos recurvos penteiam os cabelos
e as suas mãos, tintas de púrpura, assim juntas a seus cachos negros
parecem ramos de coral num mar flutuante e sombrio.
Nunca arrancam os pelos, para que o triângulo da deusa
lhes assinale o ventre como um templo;
mas tingem-se com pincéis e profundamente se perfumam.
As sacerdotisas de Astarteia amam-se ao cair da lua;
e depois, em salas atapetadas onde no alto uma lâmpada de ouro brilha,
fortuitamente se retiram e vão dormir.
in AS CANÇÕES DE BILITIS de Pierre Louys
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