ando a inventar um dia
que não chega
desde o distante dia
em que nasci
tempo do não ruído
azul e violeta como os céus
numa pintura antiga
todos à escuta
de alguma coisa na linha muda do horizonte sem fim
alguma coisa que haveria de nos tocar
como a cor da terra
como sal de água espumosa e viva
na pele de alguém adormecido
um tempo
para entrançar
flores e esperança
nos membros soltos da mulher dançante
para abrigar
a luz e a sombra
na cova uterina dos princípios
um tempo
para juntar mortos e vivos
no mesmo mantra redentor
como
quando os cenários se apagam
no sentir do abraço
e tudo nos parece
desmedidamente
uma coisa só
MARIANA INVERNO
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